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sábado, 7 de junho, 2025
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MS intensifica ações preventivas contra gripe aviária após caso no RS

Diante do recente surto de influenza aviária (H5N1) detectado em uma granja comercial em Montenegro (RS), que está em vazio sanitário até 18 de junho, Mato Grosso do Sul intensifica medidas preventivas para proteger a avicultura familiar no Estado. A Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), em parceria com a Embrapa Pantanal e a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), promove uma mobilização voltada à biossegurança e à educação sanitária das propriedades rurais.

A iniciativa contempla capacitações, oficinas, visitas técnicas e vigilância participativa, com foco especial em regiões de fronteira e comunidades que praticam a avicultura de subsistência. O objetivo é orientar pequenos produtores sobre os protocolos de biosseguridade — que envolvem a estrutura física das propriedades — e biossegurança, que se referem à proteção dos próprios operadores.

“É fundamental informar o agricultor familiar, que é muitas vezes o primeiro a perceber alterações no comportamento das aves. Ele precisa entender o porquê das orientações técnicas para ser um aliado no combate à doença”, explica Thainara Rocha, zootecnista da Agraer. Segundo ela, a criação solta e sem proteção aumenta o risco de contaminação e, em caso de foco confirmado, o sacrifício dos animais é inevitável, impactando toda a cadeia produtiva, especialmente os pequenos criadores.

Com apoio da Embrapa Pantanal e sob diretrizes da Iagro, a Agraer tem ampliado a capacitação dos seus técnicos. Após um treinamento realizado em março, uma nova capacitação específica sobre gripe aviária está programada para junho, preparando a equipe para orientar os agricultores com padronização e eficiência.

A Iagro disponibiliza canais de atendimento, como escritórios regionais, site e redes sociais, para esclarecimento de dúvidas e denúncias de suspeitas. Já os técnicos da Agraer atuam como ponte entre os agricultores e os órgãos oficiais, acolhendo demandas e agilizando o processo de resposta.

A médica veterinária Janine Ferra, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal da Iagro, destaca os sinais que os produtores devem observar: “Sintomas neurológicos, falta de postura, inchaço na cabeça, coriza, olhos vermelhos, espirros, tosse, dificuldades respiratórias, diarreia, hemorragias e mortalidade súbita são indicativos importantes. Ao perceber qualquer anormalidade, é fundamental isolar as aves e notificar imediatamente a Iagro, que deve agir em até 12 horas.”

A Embrapa Pantanal reforça a importância da educação sanitária no campo como ferramenta decisiva para evitar surtos. A pesquisadora Raquel Juliano ressalta a integração do conceito Saúde Única (One Health), que contempla saúde animal, humana e ambiental. A instituição desenvolve materiais técnicos e realiza ações em escolas e comunidades tradicionais, envolvendo grupos de mulheres, jovens e lideranças rurais para garantir que a prevenção chegue a todos.

Com essa articulação, Mato Grosso do Sul espera manter-se livre da influenza aviária, protegendo a produção rural, a saúde das famílias e o abastecimento alimentar no Estado.

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