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quinta-feira, 12 de junho, 2025
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Vistosas e coloridas, árvores da espécie Spathodea Campanulata podem ser extintas em MS

Um Projeto de Lei apresentado na Assembleia Legislativa (ALEMS) nesta semana quer extinguir para sempre do território sul-mato-grossense a árvores da espécie Spathodea Campanulata. De origem africana, é considerada tóxica para insetos e aves, como abelha e o beija-flor.

Segundo a justificativa, trata-se de uma espécie exótica, também chamada de Espatódea, Bisnagueira, Tulipeira-do-Gabão, Xixi-de-Macaco ou Chama-da-Floresta, que possui alcaloides tóxicos letais. Por conta disso, insetos como abelhas e aves como beija-flores, quando buscam pelo néctar das flores desta árvore, acabam mortos.

O texto apresentado cita que todas as árvores Spathodea Campanulata existentes no estado serão cortadas e descartadas. Em caso de estarem plantadas em locais públicos e/ou destinados à arborização urbana, deverão ser substituídos por árvores nativas, apropriadas para a estrutura do local.

Além disso, os órgãos públicos estaduais ligados ao meio ambiente e ao agro deverão promover campanhas de conscientização junto aos municípios no sentido de tornar públicos os efeitos danosos desta espécie de árvore, além de incentivar a substituição das existentes por espécies nativas.

A matéria também define que, em caso de descumprimento, o infrator será multado no valor 10 Unidade Fiscal Estadual de Referência de Mato Grosso do Sul (UFERMS) por planta ou muda produzida, a ser aplicada em dobro no caso de reincidência. O projeto está aguardando a análise da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR).

Autor do projeto, o deputado estadual Zé Teixeira argumentou que a mesma medida já foi adotada por outros estados, como o Paraná e Santa Catarina. “O objetivo é preservar a existência das abelhas e, concomitantemente, sua contribuição para o sistema agrícola, para a preservação ambiental e a continuidade da apicultura e meliponicultura”, disse.


Entenda mais

Flor tem substância tóxica para abelhas, insetos e beija-flores.  — Foto: Arquivo/Meio Ambiente Araucária
Flor tem substância tóxica para abelhas, insetos e beija-flores. — Foto: Arquivo/Meio Ambiente Araucária
  • Nome científico: Spathodea campanulata
  • Nomes populares: Espatódea, Bisnagueira, Tulipeira-do-Gabão, Xixi-de-Macaco, Chama-da-floresta
  • Origem: África tropical
  • Família: Bignoniaceae
  • Porte: Médio a grande, podendo atingir até 25 metros de altura
  • Flores: Vistosas, de cor vermelha-alaranjada, rubras ou, mais raramente, amarelas, em formato de campânula (tulipa)
  • Crescimento: Rápido 

Essa espécie de árvores chegou ao Brasil como ornamental. De origem tropical, a planta gosta de sol e não se adapta muito bem ao frio. Com porte médio, pode chegar a 25 metros de altura e tem flores no período de novembro a abril. Os frutos são semelhantes às vagens e, as flores, em formato de cálice, nas cores vermelha-alaranjada e amarelo.

As flores produzem um néctar com mucilagem, uma substância viscosa vegetal que aumenta de volume em contato com a água, adquirindo uma consistência gomosa. É uma substância açucarada, gelatinosa, e aprisiona os insetos no interior da flor. Apresenta um tipo de alcaloide que é inseticida e afeta o sistema nervoso das abelhas e beija-flores.

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